Mais duas pacientes, uma mulher de 79 anos e outra de 48, serão submetidas a cirurgias robóticas no Hospital São Vicente Cidade dos Lagos neste sábado (8), em Guarapuava. O trabalho é coordenado pelo urologista Rafael Cavalli, completando quatro cirurgias com a utilização do robô Da Vinci XI, o equipamento mais moderno do mundo para cirurgias minimamente invasivas. O São Vicente é uma das poucas instituições hospitalares do Paraná que dispõe desse robô.
As duas pacientes de agora apresentam lesões suspeitas de câncer renal e pertencem a grupos de tumores incidentais, já que não possuem histórico familiar. Segundo o cirurgião Rafael Cavalli, as pacientes têm quadro de nefrectomia, possivelmente parcial, o que proporciona mais segurança na remoção do tumor e tratamento curativo da doença.
O São Vicente entrou para a era da robótica no dia 14 de dezembro último, ao realizar, com sucesso total, as duas primeiras cirurgias com o Da Vinci XI. Os pacientes, um homem de 59 anos e uma mulher de 49, tinham tumores no tórax e foram atendidos pela equipe do oncologista José Henrique Agner Ribeiro.
O ROBÔ DA VINCI XI E A CIRURGIA
As cirurgias deste sábado serão realizadas no centro cirúrgico da Cidade dos Lagos, onde está instalado o Da Vinci XI. O urologista Rafael Cavalli lembra que é o aparelho mais avançado para auxiliar as cirurgias laparoscópica. “Na área da urologia, o robô facilita, em muito, as cirurgias de prostatectomia e nefrectomias (principalmente a parcial)”, salienta o especialista, observando que na prostatectomia (retirada total ou parcial da próstata) já há evidências de melhores resultados sobre ereção e continência urinária. “Alguns resultados mais recentes já mostram alguma superioridade no resultado oncológico em relação às outras técnicas”, acrescenta.
No caso da nefrectomia (remoção total ou parcial do rim), segundo Rafael Cavalli, o robô tem taxas de conversão menores para cirurgia preservadora de néfrons (nefrectomia parcial), beneficiando o paciente quando há preservação de massa renal com uma cirurgia minimamente invasiva.
Entre as vantagens oferecidas pelo robô, está a precisão no corte, restrito apenas à região com tumor, protegendo os tecidos saudáveis, movimentos mais seguros do cirurgião, em ângulos de até 360°, com recuperação mais rápida do paciente. “Melhora a dor e conforto no pós-operatório, além de um corte menor, com melhor resultado estético”, pontua Cavalli.
Formado desde 2013, Rafael Cavalli fez especialização em cirurgia geral na Santa Casa de São Paulo e especialização em urologia e mestrado no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Neste mês de fevereiro, ele comemora 10 anos de Hospital São Vicente. “Junto com o apoio do hospital e dos meus colegas (principalmente os cirurgiões que sempre foram meus irmãos de trincheira), fizemos diversas cirurgias urológicas minimamente invasivas que antes não eram realizadas na cidade. E ainda temos muito a contribuir. A robótica vem nessa linha que o Hospital São Vicente sempre buscou em trazer a medicina de ponta aqui para nossa cidade” – afirma ele.